É comum (e eu mesmo durante muito tempo acreditei nisso) a comparação entre Deus e o artista. Afinal, o trabalho de ambos envolve essa coisa mágica que é o criar. Além do mais, a natureza, em suas mais diversas manifestações, é fonte de inspiração para músicos, poetas, pintores, cineastas, desenhistas de HQs...
Mas, haverá de fato tal semelhança entre Deus e o artista? Será mesmo Deus um artista completo, numa escala inalcançável e incompreensível para nós? E o artista uma espécie de deus menor?
Eu ouso afirmar: NÃO!
Ao contrário do que muitos pensam, ao contrário do que pensei por tanto tempo, eu creio que nada é mais distante das obras divinas do que a atuação de um artista.
Como dito acima, a natureza é a grande musa do artista, não importa a linguagem em que ele se expresse. Mas as semelhanças terminam aí.
O belo que o artista capta na natureza é diferente do belo que ele recria em seu trabalho. Nada numa composição de Mahler lembra o mais belo canto dum pássaro. E não digo que o talento de Mahler seja superior à capacidade da ave. Nem inferior. Apenas diferente.
O belo na natureza cumpre funções determinadas, como por exemplo atrair a fêmea da mesma espécie para o acasalamento, ou o pássaro que irá espalhar o pólen da flor. Já o belo no quadro, na escultura, ou no movimento do dançarino existe por si só. É um fim, não um meio. Além do que, o artista, por mais realista que seja, não copia a natureza. Nem poderia. Ele não retrata a paisagem à sua frente, mas o modo como ele consegue captar essa paisagem, levando-se em conta todas as influências que ele sofreu e ainda sofre ao longo da sua vida. Afinal de contas é, talvez, a mais emotiva das criaturas. E flores, florestas, cachoeiras, nuvens não se emocionam. Ao menos, não como nós. Como o mais exímio pintor poderia, na superfície de uma tela bidimensional, retratar as árvores e as montanhas que o encantam, elementos que existem numa dimensão tridimensional regida por essa coisa chamada tempo? Não poderia. E nem precisaria. A grandeza da sua arte, entre outras coisas, está não em copiar, mas em interpretar aquilo que vê.
Mas, haverá de fato tal semelhança entre Deus e o artista? Será mesmo Deus um artista completo, numa escala inalcançável e incompreensível para nós? E o artista uma espécie de deus menor?
Eu ouso afirmar: NÃO!
Ao contrário do que muitos pensam, ao contrário do que pensei por tanto tempo, eu creio que nada é mais distante das obras divinas do que a atuação de um artista.
Como dito acima, a natureza é a grande musa do artista, não importa a linguagem em que ele se expresse. Mas as semelhanças terminam aí.
O belo que o artista capta na natureza é diferente do belo que ele recria em seu trabalho. Nada numa composição de Mahler lembra o mais belo canto dum pássaro. E não digo que o talento de Mahler seja superior à capacidade da ave. Nem inferior. Apenas diferente.
O belo na natureza cumpre funções determinadas, como por exemplo atrair a fêmea da mesma espécie para o acasalamento, ou o pássaro que irá espalhar o pólen da flor. Já o belo no quadro, na escultura, ou no movimento do dançarino existe por si só. É um fim, não um meio. Além do que, o artista, por mais realista que seja, não copia a natureza. Nem poderia. Ele não retrata a paisagem à sua frente, mas o modo como ele consegue captar essa paisagem, levando-se em conta todas as influências que ele sofreu e ainda sofre ao longo da sua vida. Afinal de contas é, talvez, a mais emotiva das criaturas. E flores, florestas, cachoeiras, nuvens não se emocionam. Ao menos, não como nós. Como o mais exímio pintor poderia, na superfície de uma tela bidimensional, retratar as árvores e as montanhas que o encantam, elementos que existem numa dimensão tridimensional regida por essa coisa chamada tempo? Não poderia. E nem precisaria. A grandeza da sua arte, entre outras coisas, está não em copiar, mas em interpretar aquilo que vê.