A primeira vez foi uma matéria na Folha de São Paulo. A segunda, no Jornal da Globo. Em ambas as matérias, uma única vilã: a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner. Em ambas as matérias, a mesma vítima: o grupo "El Clarín" de rádio, TV e imprensa. A minha tomada de posição na época? De que as matérias que me chegavam eram mais um exemplo de um ditadorzinho (ou melhor, ditadorazinha) latinoamericano ameaçando a sacrossanta democracia através da perseguição à imprensa.
Mais ou menos um ano depois, leio uma matéria no jornal "Le Monde Diplomatique" acerca dos magnatas da imprensa na América Latina. A partir daí vieram outras matérias sobre o mesmo tema em outros veículos: as revistas "Carta Capital", "Caros Amigos" e "Fórum"; e o jornal "Brasil de Fato". Além da mesma preocupação quanto ao tema, o que há de comum entre essas revistas e jornais? Nenhum deles é publicado pelos grandes grupos midiáticos que atuam no Brasil. Nenhum deles pertence à Editora Abril, ao grupo Folha ou às Organizações Globo.
Pois é. Após um ano, revi minha posição acerca da briga entre a presidenta Kichner e o grupo "El Clarín". Antes disso, durante esse mesmo ano, revi minha posição em relação à imprensa que eu considerava séria, de alto nível. Mais especificamente, passei a repudiar tanto a "Folha" quanto o "Estadão" e, principalmente, revistas semanais como a famigerada "Veja". O compromisso com a verdade como essas mídias tanto apregoam, na verdade, pareceu-me cada vez mais compromisso com a ideologia dos grupos reacionários que dominam nosso país política e economicamente.
O que me levou a essa mudança? Dois fatos. Um extraído duma constatação pura e simples e outra, bem anterior, duma experiência pessoal. A primeira, o destaque dado pela "Veja", "Folha" etc ao julgamento do "mensalão" que envolvia principalmente o alto escalão do PT, e o esquecimento à "CPI do Cachoeira" que envolve, por sua vez, a cúpula do PSDB. E a constatação de que, no tempo do FHC, houve muitos e mais graves escândalos e em nenhum deles o ataque da mídia "séria" foi tão intenso.
O fato extraído da experiência pessoal? Bem, para quem não sabe, sou funcionário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. E, nesse ano em que reavaliei minha visão dos veículos de imprensa, relembrei o enfoque mentiroso dada à última greve de que eu e meus colegas participamos. Fomos os vilões da vez, retratados como um bando de marajás brigando por mais privilégios em detrimento da sociedade, quando na verdade pleiteávamos uma melhoria das condições de trabalho do maior Tribunal de Justiça do país que, há anos, vem sendo sucateado pelo governo tucano que há praticamente duas décadas se apossou de São Paulo. Na ocasião, senti na pele que muitos, se não todos, formadores de opinião, mesmo os mais "comprometidos" com a verdade, não passam de DEformadores de opinião.
Então, descobri essa outra imprensa que eu gosto de chamar de alternativa. E vi a diferença de tratamento dada aos problemas que realmente importam. Aliás, vi questões que jamais eram abordadas pela "Veja", "Folha" e outras.
E, por fim, descobri a grande questão da mídia. E o que há por trás da defesa da tal da liberde de imprensa.
Claro, há muito ainda o que se descobrir e debater, mas eu quero e pretendo, nas próximas postagens deste tópico, compartilhar com vocês tudo o que li a respeito. E também convidá-los para uma grave reflexão. Afinal, o que está em jogo é a visão que temos do mundo que nos cerca.
Mais ou menos um ano depois, leio uma matéria no jornal "Le Monde Diplomatique" acerca dos magnatas da imprensa na América Latina. A partir daí vieram outras matérias sobre o mesmo tema em outros veículos: as revistas "Carta Capital", "Caros Amigos" e "Fórum"; e o jornal "Brasil de Fato". Além da mesma preocupação quanto ao tema, o que há de comum entre essas revistas e jornais? Nenhum deles é publicado pelos grandes grupos midiáticos que atuam no Brasil. Nenhum deles pertence à Editora Abril, ao grupo Folha ou às Organizações Globo.
Pois é. Após um ano, revi minha posição acerca da briga entre a presidenta Kichner e o grupo "El Clarín". Antes disso, durante esse mesmo ano, revi minha posição em relação à imprensa que eu considerava séria, de alto nível. Mais especificamente, passei a repudiar tanto a "Folha" quanto o "Estadão" e, principalmente, revistas semanais como a famigerada "Veja". O compromisso com a verdade como essas mídias tanto apregoam, na verdade, pareceu-me cada vez mais compromisso com a ideologia dos grupos reacionários que dominam nosso país política e economicamente.
O que me levou a essa mudança? Dois fatos. Um extraído duma constatação pura e simples e outra, bem anterior, duma experiência pessoal. A primeira, o destaque dado pela "Veja", "Folha" etc ao julgamento do "mensalão" que envolvia principalmente o alto escalão do PT, e o esquecimento à "CPI do Cachoeira" que envolve, por sua vez, a cúpula do PSDB. E a constatação de que, no tempo do FHC, houve muitos e mais graves escândalos e em nenhum deles o ataque da mídia "séria" foi tão intenso.
O fato extraído da experiência pessoal? Bem, para quem não sabe, sou funcionário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. E, nesse ano em que reavaliei minha visão dos veículos de imprensa, relembrei o enfoque mentiroso dada à última greve de que eu e meus colegas participamos. Fomos os vilões da vez, retratados como um bando de marajás brigando por mais privilégios em detrimento da sociedade, quando na verdade pleiteávamos uma melhoria das condições de trabalho do maior Tribunal de Justiça do país que, há anos, vem sendo sucateado pelo governo tucano que há praticamente duas décadas se apossou de São Paulo. Na ocasião, senti na pele que muitos, se não todos, formadores de opinião, mesmo os mais "comprometidos" com a verdade, não passam de DEformadores de opinião.
Então, descobri essa outra imprensa que eu gosto de chamar de alternativa. E vi a diferença de tratamento dada aos problemas que realmente importam. Aliás, vi questões que jamais eram abordadas pela "Veja", "Folha" e outras.
E, por fim, descobri a grande questão da mídia. E o que há por trás da defesa da tal da liberde de imprensa.
Claro, há muito ainda o que se descobrir e debater, mas eu quero e pretendo, nas próximas postagens deste tópico, compartilhar com vocês tudo o que li a respeito. E também convidá-los para uma grave reflexão. Afinal, o que está em jogo é a visão que temos do mundo que nos cerca.