Chroma - Arte e Natureza

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    Nossa Eterna Vocação para a Me(r)diocridade

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    Alexandre Garcia da Silva


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    Mensagem  Alexandre Garcia da Silva Qui Jul 12, 2012 2:38 am

    Bonita, rica, famosa. Sua ligação com o Brasil não é tão recente assim. Uns aninhos atrás ela estrelou um filme de terror produzido em nossas paragens (ou, pelo menos, o roteiro indicava que a história era ambientada no nosso Brasil varoril). O tempo passou, ela gravou uns filmes, namorou um dos bonitões de Hollywood (que, inclusive, foi um dos primeiros a viver um super-heroi da Marvel na telona), se lançou na carreira musical...
    É verdade. Andava sumida. Até que foi convidada para estrelar um comercial de cerveja. Trocou por telefone umas palavras com um músico nosso muito querido (num português que, de tão horrível, soava engraçado, até meio charmoso) e ainda deu uma sambada! Desajeitada, como seria de se esperar duma gringa. Mas a bunda, digna de uma brasileira, compensava o resto.
    Até aí, tudo bem. Dane-se, pensei. A vida segue.
    Então, eis que a digníssima foi convidada para ver - adivinhem o quê - o bom e velho Carnaval (como se a nossa riquíssima cultura se resumisse a essa merda). No Rio de Janeiro. No camarote da mesma marca de cerveja que a fez sambar.
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    Alexandre Garcia da Silva


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    Mensagem  Alexandre Garcia da Silva Qui Jul 12, 2012 3:04 am

    Vocês adivinharam de quem eu estou falando? Dela, claro! Jennifer Lopez!
    Pois é. Agora, completando tudo o que falei anteriormente da moça: ela, atriz e cantora medíocre, estrelou "Anaconda", um dos maiores lixos já produzidos pela 7ª Arte. O bonitão que ela namorou? Ben Afleck (acho que é assim que se escreve o nome dele, se não for, foda-se). Que por sua vez, é um dos atores mais medíocres de sua geração. Que viveu na telona o super-heroi Demolidor (uma das piores produções da Marvel).
    Pois é. Com um currículo desses, como sentir admiração por uma criatura dessas? Que, se analisarmos bem, nem é tão bonita assim? Bom exemplo de que, por mais que tente, por mais recursos que possa mobilizar, a indústria cultural não consegue construir artistas verdadeiros. Ídolos para alimentar o vazio de um público ignorante pode-se muito bem fabricar. Mas talento, meus caros, é uma questão que só depende dessas leis misteriosas da vida que uns chamam de acaso, outros de Deus...
    Pois bem. Ela é medíocre. Como muitos. Até aí, também, tudo bem. O que, especificamente, teria despertado a minha peçonha?
    Lembram-se da história do camarote no Carnaval? Claro. Apesar de tais defeitos, ela tem o direito de se divertir como qualquer outro mortal, reles ou genial. O que não pode é artistas com um talento indiscutível e uma carreira respeitável paparicarem essa criatura made USA que veio dar as caras (e a bunda) por aqui. Pois foi isso o que eu vi acontecer. Não me lembro exatamente quantos nem quem eram. Mas me lembro do alvoroço para conseguirem acesso à porra do camarote e tirarem foto ao lado da moça que, no comercial, não conseguia pronunciar o nome do nosso Zeca Pagodinho. Meu Deus, por quê? Só por que ela é gringa? Só por que ela é americana? Famosa?
    Me lembro certa vez que o saudoso ator Anthony Quinn (esse, sim, fiz questão de grafar corretamente o nome) também veio gravar um filme no Brasil. No elenco, entre outros, o nosso Paulo Autran. Na ocasião, as atenções da mídia estavam voltadas todas para o homem que viveu Zorba no cinema. Paulo Autran, absurdamente, embora tenha sido certamente um dos maiores atores do mundo, não era o centro das atenções. Pelo menos ele ficou em segundo plano ao lado de um ator americano que teve em Hollywood uma das carreiras mais maravilhosas. Ao contrário da tietagem deprimente a que tive que assistir há pouco tempo. Atores muito mais importantes do que essa gringa bunduda (e que só não são mais famosos porque o Brasil não permite a seus artistas a repercussão mundial que merecem) paparicando-a.
    E, para piorar ainda mais: se ela aceitou fazer comercial com "Zêca Pacotinho" é por que a carreira na terra do Tio Sam ia, merecidamente, muito mal. J-Lô estava na decadência. Claro. Os americanos não são tão burros quanto nós. E o que neles chamamos de arrogância nada mais é do que amor próprio. Coisa que faltou aos nossos.
    Mas essa estupidez é antiga. Vem desde 1500 quando os nossos índios acolheram os mesmos portugueses que, anos depois, voltariam para escravizar seus filhos e estuprar suas mulheres e desvatar suas matas. Parece que nem tudo o que eles nos ensinaram é proveitoso.

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