Chroma - Arte e Natureza

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    POEMA EM PROSA

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    Alexandre Garcia da Silva


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    Mensagem  Alexandre Garcia da Silva Qua Fev 13, 2013 1:57 am

    Tudo falhou. O Estado falhou, as igrejas falharam, os sindicatos falharam, a imprensa falhou. Doutrinas falharam, mestres falharam, fórmulas falharam, certezas falharam, apostas falharam.
    O mundo falhou, a vida falhou. A poesia falhou.
    E, sobretudo, o individualismo há de falhar também. Ainda que os deuses não queiram. Não o individualismo que afirma o valor do indivíduo, mas o individualismo que nos cega para os elos invisíveis entre todos. Que leva pseudofilósofos imbecis que apodrecem em seus sofás a caçoar daqueles que, ainda que frágeis, ainda que prenhes de dúvidas, metem as caras. Os realizadores falharam. Mas os críticos, os que nada concretizam porque preferem, com sua língua viperina acusar, acusar e apenas acusar, que escolheram a cômoda covardia do nada fazer para nunca errar, esses que são como a terra estéril que, temerosas de gerar espinhos, renunciam às flores que poderiam dar ao mundo...

    Ah, esses miseravelmente - e merecidamente - irão falhar também.
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    Alexandre Garcia da Silva


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    Mensagem  Alexandre Garcia da Silva Ter Abr 16, 2013 4:55 am

    Quem, arrebatado por essa tormenta luminosa chamada amor, poderia crer na sua irremediável fragilidade? Mas é justamente dessa mesma fragilidade que vem a sua beleza. A beleza das histórias que não vingaram, da eternidade desmentida, do vazio que envenena a inocência dos nossos sonhos. Eu, que tantas vezes amei em vão; que, amargurado, reneguei a necessidade de amar, sei o quanto é vão ser racional, cínico. E o quão é necessário, também. Os amores findam, mas o amar permanece. Os dias seguem insuportávelmente umbrosos e silentes, até que um mero acontecimento muda o curso das coisas e tudo se renova. A vida. Os sonhos. Os erros. Poéticos erros. Fiz um acordo tácito com os deuses obscuros que brincam de forma obscena com o nosso destino. Viver para morrer de amor quantas vezes for necessário. Necessário para quê? Para nada. A mim só importa o que já não tem importância alguma.

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